Repórter declara seu amor pelo Rio, garante que não é 'pegador' e diz que ainda se assusta com a fama .

Rio - Andar no calçadão, tomar chope no Jobi, comer sanduíche no Cervantes, cruzar com celebridades nas ruas e passar horas na Modern Sound. O que aparenta ser o roteiro de um morador bem familiarizado com a Zona Sul, é na verdade a lista dos programas favoritos de Rafael Cortez, o repórter mais carioca da turma do ‘CQC’, da Band.
Nascido em São Paulo, Rafael conta que gosta de lá, mas, desde que conheceu o Rio, passou a distribuir de maneira equilibrada o seu amor pelas duas cidades. “Raramente você encontra um paulistano que diz ‘eu amo São Paulo’. Ele sempre diz que ama com base no bairro onde vive. Já o carioca, sempre ama o Rio. Ele gosta do Rio como um todo”, compara.
A identificação é tanta que Rafael é o primeiro a se candidatar nas reuniões com a equipe do humorístico para vir à cidade. “Sempre peço para fazer as matérias no Rio. Se pudesse, ficaria mais tempo aqui. Em 1996, eu tinha 18 anos, pisei no Rio e disse: ‘vou morar aqui um dia, vai demorar um tempo, mas vai ser por trabalho’”, profetiza o repórter, que não faz piadas bairristas. “Acho chatas, batidas. O Rio é muito sério. Há temas que eu nunca faço menção: tráfico de drogas, violência, jogo do bicho... são assuntos que estão na realidade da cidade, mas não tem graça nenhuma”, afirma.
Além das atrações culturais, as mulheres cariocas também agradam em cheio esse paulistano solteiro, de 32 anos, que faz questão de frisar que tem aversão ao conceito de ‘pegador’. “Ficam tentando me rotular de galanteador e isso me fragiliza. Uma revista me descreveu como ‘um menino deslumbrado, que estava aí para pegar geral’. Não gostei. Estou longe de ser sensual. Tenho barriga, olheiras e estou ficando careca”, diverte-se, depois de explicar por que, para ele, as mulheres paulistanas são mais difíceis de serem conquistadas do que as cariocas. “É coisa da praia. Você vê as pessoas meio semi-nuas, então já acostuma a ver a mulher com pouca roupa. Só aí você pula uns três estágios da sedução. É assim: ‘Como já vi você sete vezes de biquíni, agora é só tirar seu biquíni’”, brinca, às gargalhadas. “Em São Paulo está todo mundo de roupa”, lamenta.
Em quase um ano de ‘CQC’ no ar, Rafael descobriu o que é ser assediado e confessa que se assusta. “Fui dar uma palestra sobre jornalismo de entretenimento em Teresina, no Piauí. Quando desci no aeroporto havia pessoas aos gritos, com câmeras. Perguntei à minha irmã: ‘Quem está aqui?’ Ela disse: ‘É você’. Fiquei muito assustado”, conta. “Cheguei no hotel e dei uma coletiva de imprensa... na piscina, tinham meninas me fotografando. Depois da palestra, as organizadoras fizeram um cordão de isolamento e eu me perguntei: ‘Para quê isso?’ Quando acabou, todo mundo veio para cima de mim e eu saí parecendo um Jesus, todo mundo me puxando. Tinha até segurança. Estou acostumado a levar porrada de segurança, não a ser protegido por eles. Foi muito louco”, relembra.